04 maio 2016

VIVER É DÁDIVA.

Há dias que tudo deixa de fazer sentido. Há dias que nos sentimos vazios e completamente à sós.

Há momentos em que somos obrigados a dar um break emocional, uma parada obrigatória e abrir mão de tudo que acreditamos até aqui como verdade, valores que construímos com tanto zelo e por tanto tempo e reputávamos como o caminho da felicidade.

Nesses dias, que tem o peso de uma eternidade, sentimos que os alicerces e vigas mestras que sustentavam nossa fé são balançadas severemanete pelos ventos da incerteza. Nós vêem as tempestades dos furacões da ingratidão, da traição, da ausência, do descaso, do descompromisso. Perdemos o fio da meada e parece que tudo até aqui foi em vão e tudo vem a baixo, nossa casa interior desaba.

E pensamos... quanta luta foi guerreada, quanto tempo dedicado, quanta criatividade desperdiçada, quanta vontade não valorizada, quanto de nós mesmos deixado de lado em favor de um ideal, em favor de alguém ou em benefício de um amor que acreditávamos que não seria unilateral.

E quando vemos estamos lá... lá mesmo... no fundo do poço.

Embarcamos em um túnel escuro e longo. A vontade é sair correndo e voltar o caminho já percorrido, mas nesta estrada não há mais como, a porta do tempo já foi encerrada, no passado não há mais como entrar.

Mas, de repente, em meio ao pisotear dos escombros do que restou de nós, de nosso oceano de incertezas, medos e tristezas, achamos algo ainda vivo, nem tudo está morto. Enxergamos uma semente frágil e tênue, chamada esperança.

Ela foi plantada profundamente em algum lugar momento de nossa caminhada, germinada e estava ali a espera do momento exato para nascer e frutificar. E quando olhamos com a cabeça erguida e com a força de um adulto, aceitando que na vida teremos sim momentos de muitas frustrações. Magicamente uma luz no fim do túnel se acende a nossa frente.

E o aprendizado nos é revelado, tudo parece ter feito algum sentido, tudo parece ter tido um propósito, sem nossas desilusões não poderíamos crescer como pessoa.

As grandes mudanças são adqueridas de dentro pra fora e não do contrário. Somos nós por nós mesmos, degrau por degrau no crescimento da vida. E é chegada a hora de recomeçar. Se for preciso, recomeçar quantas vezes for necessaŕio, mais uma e mais uma vez! Não importa se pela mesma rota ou outra descochecida, mas recomeçar... Assim é a vida, essa dádiva que nos é concedida diariamente.

Esqueçamos o passado, olhemos adiante e vivamos o presente. Viver é dádiva.

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